Ocupe a Praça ‘A ressaca da parada’ traz atriz Divina Valéria e abraça causas LGBT

Cultura
30/08/2017 23h13

A praça General Valadão foi palco de mais um Ocupe a Praça, projeto realizado pela Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), por meio do Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira (NPD). Essa edição trouxe o tema ‘A ressaca da parada’, relacionado à 16ª edição da Parada LGBT realizada em Aracaju, no último domingo, 27. Criado para ocupar as praças públicas, tornando-as em espaços mais democráticos, o projeto vira exemplo na luta por igualdade de gênero abraçando a comunidade LGBT.

Com um público atento e curioso: foi assim que começou a 6ª edição do ‘Ocupe a Praça’ com a exibição do filme dirigido por Leandra Leal, “Divas Divinas”. A obra faz um resgate do brilho de oito artistas trans, mostrando a trajetória e os seus legados através da arte performática do Brasil. Uma das atrizes do documentário, Divina Valéria, veio prestigiar a exibição e aproveitou para encantar o público com um espetáculo da sacada do Centro Cultural de Aracaju.

De acordo com Valéria, esse tipo de realização é de suma importância não só para lutar pelos direitos da comunidade LGBT, mas também para tornar a sociedade mais pacífica. “Esse filme conta a história de oito artistas que enfrentaram muitas dificuldades na vida lutando por seus direitos e por liberdade. Quando recebi o convite para divulgar o nosso filme e também lutar por uma causa em prol da comunidade LGBT eu não tive como recusar. É através desses eventos, que mostramos as pessoas que todos somos iguais independente de raça, sexo ou questões financeiras e que merecemos ser felizes a cima de qualquer coisa”, explicou
 
A música da noite ficou por conta do DJ JO-EL, e a programação foi composta ainda pela apresentação de Alessandra Herreras e o tributo a Ney Mato Grosso, interpretado por Audry da Pedra Azul, que ficou satisfeito pela iniciativa da Funcaju. “Estou muito feliz com essa apresentação. Porque até então, nós transformistas, não tínhamos um espaço cultural como esse, aberto ao nosso público. Tínhamos bares, casas de shows, boates, mas um espaço histórico que remete ao passado, não. E isso tem tudo a ver com a nossa arte. Por isso quero agradecer e pedir que esse projeto continue dando sempre voz às minorias”.

O projeto contou com a presença da vice-prefeita e secretária Municipal da Assistência Social, Eliane Aquino, que foi madrinha da Parada LGBT. Segundo ela, o projeto é uma forma de garantir a inclusão social. “A fundação está de parabéns por dar essa oportunidade ao nosso público aracajuano de conhecer uma história belíssima de amor e luta através das histórias dessas divas. Trazer Valéria para Aracaju e esse filme para debate é simplesmente dizer que Aracaju é uma cidade sem preconceito, é uma cidade que quer ver a nossa comunidade cada vez mais respeitada e sem medo de ser feliz”, observou.
 
O presidente da Funcaju, Silvio Santos, disse que esse modelo temático, abordado no evento, é uma forma de aproximar os diferentes públicos do projeto tornando-o acessível para toda comunidade. “O que vimos hoje aqui foi uma grande representatividade através das artes. As políticas culturais da Funcaju incluem a unificação das pessoas através da educação social. Queremos mostrar com os nossos projetos que todos têm direito à cultura”, ressaltou.

Para a coordenadora do NPD, Carol Westrup, a meta desta edição foi atingida, que é expandir a programação da parada realizando um evento público buscando dialogar com diferentes segmentos e públicos. “O Ocupe a Praça vem se mostrando cada vez mais forte. Um projeto social, que atende a comunidade de forma dinâmica e responsável. Essa edição foi uma forma encontrada para levar alegria para comunidade, mas também fazendo que entrem em questões importantes temas para serem debatidos por meio do audiovisual. Foi mágico. Todos nós que fazemos parte da organização do projeto ficamos bastante emocionados por proporcionar um evento lindo para toda comunidade com uma mensagem de apoio ao público LGBT”, falou.
 
A assistente social, Maria Eduarda Marques, aprovou a iniciativa da Funcaju e a forma como trouxe o tema para debate. “A gente sabe que quando se fala de velhice existe certo preconceito, principalmente quando se trata de pessoas trans. O que a Funcaju fez hoje foi desmistificar esse preconceito justamente com essas questões de idade, juntando o velho com o novo, mostrando um novo olhar para sociedade sobre essas pessoas. Outro fator importante também foi como a Funcaju conseguiu juntar isso, trazendo de forma artística, mas com responsabilidade social”, destacou.